Pela primeira vez em humanos, um estudo com canabidiol (CDB) mostrou eficácia para melhorar a qualidade de vida e bem-estar geral em pacientes com Doença de Parkinson. O professor José Alexandre Crippa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, coordenou a pesquisa e destacou a vantagem de não ter apresentado nenhum efeito colateral.
Até hoje, todos os medicamentos utilizados para tratar a Doença de Parkinson atuam primordialmente no sistema dopaminérgico, que é um conjunto de receptores da dopamina. A dopamina é uma substância química fundamental no controle das funções mentais e motoras, como a regulação da atenção, do estado de ânimo, a memória, a aprendizagem e o movimento. No entanto, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais como alucinações, náuseas, delírios e discinesia tardia.
O canabidiol, por sua vez, provavelmente atua no sistema endocanabinoide, que é formado por neurotransmissores semelhantes aos compostos químicos existentes na Cannabis sativa (planta de onde é extraída a substância canabidiol). Essa diferença pode explicar a ausência de efeitos colaterais e representa um importante passo para uma nova opção de tratamento da doença.
Outro aspecto animador foi a ausência de flutuação nos sintomas psiquiátricos durante o estudo. Isso significa que não houve variação de humor comum em quem utiliza medicamentos para controle dos sintomas não-motores da doença, como depressão e ansiedade.
Em resumo, os benefícios do tratamento com canabidiol em pacientes com Parkinson incluem:
- Redução dos sintomas motores, como tremores e rigidez muscular.
- Possíveis efeitos neuroprotetores, preservando as células cerebrais.
- Alívio dos sintomas não motores, como ansiedade, depressão e distúrbios do sono.
Esses resultados indicam que o canabidiol pode ser uma alternativa promissora para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de pessoas com Parkinson. No entanto, é importante que os pacientes consultem seus médicos antes de iniciar qualquer tratamento com canabidiol ou outros medicamentos. A pesquisa científica continua a explorar os benefícios e possíveis riscos associados a essa terapia.
