O sistema Braille, essencial para a inclusão de pessoas com deficiência visual, tem sido um pilar na educação e autonomia no Brasil. No entanto, apesar dos avanços significativos, o acesso a materiais em Braille ainda enfrenta desafios.
Recentemente, a acessibilidade melhorou com iniciativas como o Programa Nacional do Livro Didático Acessível (PNLD/Acessível), que desde 2019 disponibiliza livros didáticos em Braille e letras ampliadas. Instituições como a Fundação Dorina Nowill para Cegos, com um dos maiores parques gráficos de Braille do mundo, são referências na produção e distribuição de materiais acessíveis, enviando gratuitamente livros para escolas, bibliotecas e organizações em todo o país.
Contudo, especialistas apontam que ainda há carência de livros, materiais e equipamentos adaptados ao Braille. O último Censo do IBGE, de 2010, revelou que mais de 6,5 milhões de pessoas no Brasil têm limitações de visão, com 110 mil cegas com 15 anos ou mais não alfabetizadas e 1,5 milhão com baixa visão também não alfabetizados. A professora Margareth de Oliveira Olegario Teixeira, do Instituto Benjamin Constant, destaca a insuficiência de professores com conhecimento do Braille nas redes de ensino públicas e privadas do país.
O Braille não é apenas um meio de leitura e escrita, mas uma ferramenta de independência e privacidade, permitindo que pessoas com deficiência visual tenham acesso a informações de contas de consumo, medicamentos e cosméticos, além de consultarem extratos bancários e faturas de cartão de crédito com autonomia.
Como o sistema Braille surgiu?
O sistema Braille, uma invenção do francês Louis Braille no século XIX, é um código universal de leitura e escrita tátil, essencial para a inclusão de pessoas com deficiência visual na sociedade. Este método revolucionário consiste em combinações de seis pontos em relevo, que representam letras, números e sinais de pontuação, permitindo que pessoas cegas ou com baixa visão possam ler e escrever de forma autônoma.
Como surgiu o dia nacional do sistema Braille?
O Dia Nacional do Sistema Braille é comemorado anualmente em 8 de abril no Brasil. Essa data tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância das políticas públicas para a inclusão das pessoas cegas no sistema educacional do país.
Essa celebração homenageia José Alvares de Azevedo, o primeiro professor cego do Brasil. Ele trouxe da França, ensinou e divulgou o sistema de leitura e escrita Braille, que é utilizado atualmente por milhões de pessoas cegas e com deficiência visual em todo o mundo. O Braille é um sistema de pontos em relevo que possibilita a alfabetização e abre portas para a comunicação escrita, educação, trabalho, vida social e cultura.
Criado pelo francês Louis Braille, sua versão mais conhecida data de 1837 e já tem quase 200 anos de existência. O Ministério da Educação (MEC) desenvolve programas como o Livro Acessível, que oferece livros didáticos em Braille para alunos cegos e com deficiência visual na educação básica, garantindo igualdade de oportunidades. Além disso, a Comissão Brasileira do Braille (CBB) acompanha e atualiza o uso desse sistema em todas as áreas do conhecimento no Brasil.
